Reflexões

Imagine um mundo onde as pessoas falam menos e fazem mais

Recentemente eu pude vivenciar uma experiência incrível. Um amigo me convidou para participar de uma ação beneficente de natal, onde distribuímos brinquedos, doces e lanches em uma comunidade carente no litoral gaúcho. Além da satisfação, ficou um gosto amargo de "insuficiência".
Elemar Júnior
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30/12/2022

Basta um pouco de empatia para perceber que tem tanta gente precisando de muita coisa. Olha só, não tem como não pensar no quanto a gente reclama por falta de algo que nem é tão relevante assim, enquanto tem pessoas que não possuem o essencial.

É bom saber que, de alguma forma, podemos ajudar. Entretanto, ao mesmo tempo em que estamos “em ação”, fica a sensação ruim ao perceber que não é o suficiente. Na ação de Natal que participei, por exemplo, havia muito mais gente precisando do que coisas para distribuir. Mas, esse não precisaria ser um problema – muito do que falta para a maioria existe em abundância – entendo que o problema para Papai do Céu não é a falta de recursos, é distribuição!

É claro que eu não sou ingênuo. Eu sei que naquela comunidade não tem somente gente boa, de bom coração, injustiçados no mundo, mas a quantidade de crianças sem o básico em um dia de Natal, é algo para partir o coração de qualquer um.

No meio ao turbilhão de emoções comuns a essa época do ano, ao ver gente sem o básico, mas também sem prestar atenção ao essencial para uma vida boa, chego uma constatação pessoal: “honestamente, não sei se o meio faz as pessoas ou se as pessoas fazem o meio”. O fato inegável, de qualquer forma, é que quando você vê tanta gente sem o básico, não é difícil perceber que tem algo essencialmente errado e que precisa ser revisto.

A gente precisa aprender melhor como sociedade. Sei que não há solução é simples, e eu nem ouso fazer parecer que tenho uma solução definitiva. Honestamente, eu não acho que o caminho sejam políticas públicas, também não acho que seja só algo relacionado a apenas a iniciativa privada (assista essa palestra do Michael Porter no TED para entender como a iniciativa privada poderia fazer mais) , eu acredito que tenha que ser um combinado de coisas. No final do dia, a gente, como comunidade (como pessoas), precisamos achar formas melhores de fazer as coisas funcionarem, isso é um fato.

Sendo bem franco, acho que a gente tem que superar uma cultura de falar sobre os problemas, eu até entendo que é importante falar deles, mas tomar atitude de ajudar as pessoas é o que faz a diferença e a gente precisa começar a ajudar mais as pessoas. Dentro do possível, sempre tento ajudar e enriquecer o todo ao meu entorno. Eu tento fazer a minha parte enquanto alguém ajuda outras pessoas que eventualmente se relacionam comigo. Agora, não basta só eu fazer, não basta só meu amigo Cristian fazer, isso é algo que pode (e deve) ser feito por mais gente, principalmente aqueles que advogam sobre isso na internet. Afinal de contas, falar de Deus, sem necessariamente, atuar para ajudar, não adianta muito, concorda?

Apóstolo Tiago nos ensina que fé sem ação, é morta! A gente precisa ter menos mensagens de gratidão e um pouco mais de ação.

Muitas pessoas, comigo incluso, gostam de ser “Problem Talkers”. A gente fala sobre os problemas e todo mundo parece ser especialista em tudo. Todo mundo sabe sobre COVID, sobre a guerra na Ucrânia, sobre a seleção brasileira, sobre o que fazer com o Twitter, sobre as mazelas do mundo, até mesmo sobre seu corrupto favorito. Resumindo, todo mundo é “Problem Talker”, pouca gente, infelizmente, é “Problem Solver”. Resultado, um monte de gente com problemas bem conhecidos, mas longe de serem resolvidos.

Precisamos sim dos “Problem Talkers“, mas precisamos mais ainda dos “Problem Solvers“! Sejamos parte das soluções que o mundo precisa.

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Alexandre
Alexandre
1 ano atrás

sem dúvida. Esse é um dos meus lemas para o ano de 2023. Disciplina para ser inovativo e por tanto, fazer parte daqueles que FAZEM.

Jones
Jones
1 ano atrás

É que muito dos nossos problemas, como você mesmo coloca, somos nós mesmos quem criamos!
alem de mais problem solvers devíamos olhar com mais atenção pros problem avoiders!

Diógenes Rafael
Diógenes Rafael
1 ano atrás

Ótimo texto, realmente precisamos de mais ação.
Podemos e devemos fazer muito mais pelo nosso próximo.

Thiago Alencar
Thiago Alencar
1 ano atrás

Excelente artigo mestre Elemar. Sem duvidas, como diz em Tiago 2:17 “Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta.”Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Excelente reflexao as usual!!

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