A reação mais comum das pessoas, quando não entendem algo, é paralisar ou, no melhor dos casos, adiar decisões que são, frequentemente, necessárias e urgentes. Logo, a falta de habilidade (ou cuidado) em explicar bem é uma das maiores ameaças para a produtividade.
Para “explicar bem”, primeiro, é necessário conhecer a forma como os “outros” entendem – inclusive, determinado quais associações poderiam ajudar e quais atrapalham. Não é exagero dizer que “explicar bem” é um exercício de empatia. É daí que vem o meu entendimento, por exemplo, de que é necessário , para vender ideias de tecnologia para pessoas do negócio, primeiro, “entender o negócio” para, então, conseguir “vender tecnologia”. Afinal, é sempre mais fácil explicar qualquer coisa para alguém quando conseguimos “ver o mundo” da mesma forma que essa pessoa.
A “melhor explicação” quase nunca é a “primeira explicação” que conseguimos elaborar. Há alguns dias, publiquei um vídeo onde tentei explicar o que são as classes “P” e “NP” – um tema importante para quem quer aprender, de verdade, algoritmos e estruturas de dados. Honestamente, sabia, antes mesmo de publicar o conteúdo, que essa “primeira explicação” não funcionaria tão bem. De qualquer forma, a experiência me ensinou que a melhor forma de melhorar uma explicação é, exatamente, explicando. Foi exatamente isso que tentei fazer!
Explicar bem dá trabalho mesmo quando o público já deveria estar familiarizado com aquilo que estamos tentando explicar. Daí, muitas vezes, o essencial é fazer o outro entender quais vantagens tem em entender. Fiz exatamente isso, recentemente, explicando em um vídeo o porquê entender profundamente algoritmos é importante para programadores.
A capacidade de explicar, principalmente temas complexos, demanda esforço consciente e disciplinado. Eu, por exemplo, quando preciso entender algo, recorro, frequentemente e de forma deliberada, a “esqueminhas”, diagramas, fórmulas e alegorias. Crio associações naturais, nem sempre evidentes, para conectar algo novo – que eu ainda não sei – com algo antigo – que já conheço bem, há muito tempo. Quando preciso explicar algo para os outros, uso do mesmo artifício, tentando conectar o que desejo explicar com algo que meu público já entende bem.
De muitas formas, consigo entender que minha principal competência – meu diferencial – é explicar coisas complexas de maneira simples. Graças a essa competência, tenho ajudado meus clientes a decidir mais rápido, executar certo e a vender melhor. Venho obtendo bons resultados, inclusive, posso te explicar melhor como essa competência também poderia te ajudar.